Aterro é lixo tratado


Por Bárbara Monteiro, Fábio Germano, Lívia Ciccarini, Rafael Pereira Melo, Rayssa Amaral Gonçalves, Roberta Nunes


O aterro sanitário de Mariana foi inaugurado no final de 2008, seguindo orientações da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD), que solicitou o fim dos lixões aos municípios com população superior a 30 mil habitantes. Situado às margens da estrada que leva ao distrito de Bento Rodrigues, o aterro ocupa uma área de 30 hectares. Desse total, 20% são de reserva legal. O local é cercado por uma plantação de eucaliptos e abriga quatro nascentes, protegidas em um raio de 50 metros.

Resíduos acumulados no aterro. Foto: Luísa Oliveira

         Todo o lixo produzido na região de Mariana vai para o aterro sanitário. “Diariamente, o aterro recebe em torno de 45 toneladas de lixo da sede e dos distritos e tem sua vida útil estimada em 20 anos”, informa a bióloga Carla Camillo, responsável pelo monitoramento biológico feito através da Secretaria Municipal de Meio Ambiente.  Os resíduos sólidos urbanos são compactados e aterrados, os gases são liberados por drenos na atmosfera e o chorume (líquido resultante da decomposição do lixo) é drenado e tratado em lagoas, até se degradar.


Sustentabilidade

A empresa OBX Soluções Ambientais foi contratada para gerenciar o Centro de Referências para Triagem e Tratamento de Resíduos Orgânicos e Inorgânicos, cuja previsão de funcionameno era o final de 2012. Segundo o funcionário da empresa Geraldo César Barbosa, responsável pela pesquisa e desenvolvimento do projeto, o objetivo é fazer a triagem dos resíduos sólidos e o reaproveitamento do material orgânico, que será transformado em biomassa para geração de energia. Essa energia aquecerá a água utilizada na limpeza dos materiais plásticos.

Além disso, os resíduos orgânicos serão usados para a produção de um fertilizante organo-mineral que será comercializado e utilizado na recomposição das áreas que sofrem intervenções do aterro: “O processo será iniciado pela triagem do lixo. Já existem cinco funcionários diretos e cinquenta estão aguardando para começar”, afirma Barbosa. Com o projeto, cerca de 80% do lixo produzido pela população de Mariana e pelos distritos poderão ser reaproveitados, aumentando a vida útil do aterro em até cinco vezes.
Usina de reciclagem em construção. Foto: Bárbara Monteiro


Recursos administrativos

A manutenção do aterro de Mariana custa, em média, R$ 150 mil mensais. Para entrar em operação, foram R$ 800 mil. Outros R$ 3,5 milhões foram solicitados à prefeitura no final do ano passado para sequência dos trabalhos. Os responsáveis pelo espaço estimam o valor total do investimento em R$ 8 milhões, gastos desde a sua inauguração, há quatro anos. A área possui escritório, banheiros e balança para pesagem de caminhões. Apesar do equipamento instalado, durante a nossa visita, um caminhão que chegou ao aterro não foi pesado devido à falta de funcionários.

O lixo é um problema mundial e tema de intermináveis discussões, permeando até mesmo a noção de sustentabilidade ambiental, desdobrada na discussão sobre a responsabilidade social de cada cidadão. Nesse sentido, os trâmites burocráticos e os recursos necessários para a construção de um Aterro Sanitário passam a adotar uma expectativa diferente através de uma participação e valorização das políticas públicas do município ao tratar do lixo.


Aterro de sanitário de Mariana. Foto: Luísa Oliveira
Edição final: Rafael Pereira Melo| Edição final: Fábio GermanoFotografia: Bárbara Monteiro, Livia Ciccarini, Roberta Gabriela Nunes Ribeiro | Making-off: Livia Ciccarini, Rayssa do Amaral Gonçalves

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